Essa semana, em um grupo de trocas que participo, surgiram reflexões potentes sobre networking, especialmente entre mulheres com bagagem, mas que ainda se sentem fora do circuito das grandes conexões.
Trouxe três dúvidas reais que surgiram por lá e algumas respostas práticas, caso também sejam suas.
1) “Sou tímida e sofro pra puxar conversa com quem não conheço, o que acaba me afetando em eventos e outros espaços presenciais. Como usar minha presença no digital para abrir esses espaços?”
Sou suspeita demais aqui!! Isso porque acredito que o digital oferece MUITA oportunidade de relacionamento. As pessoas passam horas nas telas do celular, o que te faz ter visibilidade e relacionamento, literalmente, na palma da sua mão.
Acontece que o Networking digital não começa numa mensagem inbox — começa no conteúdo RELACIONAL, não apenas que você publica, mas igualmente naquele comenta e conecta.
Aqui vão formas práticas (e mais genuínas que o presencial, inclusive):
- Comente com profundidade em postagens de pessoas que admira, indo além do “amei!” ou de corações, isso gera memória afetiva e percepção de valor.
- Celebre as vitórias e conquistas das pessoas da sua rede (inclusive aquelas que não são grandiosas), mostrando o porquê aquilo te inspira. Sem pedir nada em troca, apenas ficar feliz pelo outro, mostrar que possui presença genuína, que está acompanhando de longe e se importando de verdade.
- Construa conteúdos que criem diálogos com o público e que conversa diretamente com o problema de quem você quer alcançar… é sobre entregar valor antes mesmo do contato direto.
- Compartilhe aprendizados em tempo real: isso posiciona você como alguém que está em movimento, e isso inspira aproximação. Conte como foi participar do evento “x”, sua visão de mundo, as perguntas que identificou e que pode agregar.
No digital, o que te conecta não é apenas o que você sabe (conteúdo que gera) é o quanto o outro se reconhece na forma como você entrega, assim como ele de fato faz parte da sua rede.
2) “Como abordar pessoas em stands de eventos e feiras, sem parecer interesseira ou deslocada?”
Para mim, stands são zonas onde a atenção está direcionada pra dentro… ou seja, pra marca que adquiriu o espaço, pra equipe, pra meta de leads.
Por isso, a abordagem precisa ser cuidadosa e, de preferência, não acontecer como primeira entrada. Afinal, ela está lá pra te captar, e não pra te dar rs rs
A meu ver, duas estratégias funcionam melhor:
- Aproximação lateral: consuma o conteúdo daquele expositor primeiro (palestra, redes, site) e depois volte com um comentário específico. Ex:
“Vi a fala da fundadora sobre liderança feminina ontem… como vocês oferecem? Como funciona?” Aqui a curiosidade pode abrir um espaço maior de troca, avanços ou entendimento maior. Pode vir a pergunta do que você faz, e mais informativo durante a conversa, do que vendedor. - Relação indireta: conheceu alguém interessante no evento? Explore momentos mais informais como os horários de almoço, troca no banheiro, perguntas durante a espera do Uber, rs rs Esse caminho costuma levar a conexões mais qualificadas e recíprocas.
Networking em eventos é muito menos sobre abordagem direta e muito mais sobre escuta ativa, timing e reciprocidade construída. A pessoa ter seu contato na rede social já seria uma ótima vitória pra continuidade da relação (voltando ao ponto 1 acima).
3) “Como fazer com que as pessoas me percebam como alguém com valor? Que o que tenho para oferecer é valioso?”
Valor é sempre sobre o outro, nunca sobre você.
Então a pergunta mais estratégica é:
“O que, do que eu sei ou vivi, pode ajudar essa pessoa a resolver um problema dela?”
Quando você se comunica a partir dessa lente, você ativa escuta, conexão e autoridade ao mesmo tempo.
Para que vocês comecem aquecendo:
- Quais são os desejos do meu público sobre aquilo que faço?
- Quais são os problemas (internos, externos e filosóficos) que é meu público tem, sobre aquilo que eu faço?
- Quais soluções que eu ofereço para que este público atinja seus desejos e resolva seus problemas? E quais meus diferenciais de outros concorrentes do setor?
Essas perguntas te ajudam a se posicionar com mais clareza, impacto e verdade. Sem precisar “vender” nada, mas OFERECER valor!
